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Jeanne Hébuterne - de musa de Modigliani a design de sapatos de casamento

"Quando conhecer sua alma, pintarei seus olhos"


Paris, 1917. O universo da arte e a inspiração para obras se tornavam cada vez mais extensos. Milhares de artistas e aspirantes frequentavam a Paris pós primeira guerra para viver de arte, ou pelo menos tentavam fazer e acontecer onde tudo acontecia.

Para amantes do período e de grandes nomes da pintura, essa história é conhecida. Porém, não por tanta gente.


Jeanne Hébuterne, filha de Achilles Casimir Hébuterne, um contador e exímio funcionário da Bon Marché, e Anaïs Tellier Hébuterne, uma dona de casa católica, era uma moça tímida de 18 anos na época.

Ela frequentava a Academie Colarossi, uma escola de artes famosa em Paris, que funcionou de 1915 a meados da década de 30. Tudo isso escondida dos pais e incentivada por seu irmão André, que também era pintor.

Dona de um talento ímpar e com grande visão para arte e moda, Jeanne também desenhava suas roupas e acessórios, customizando.

Como a vida sempre nos reserva surpresas, um belo dia, conheceu o pintor italiano Amedeo Modigliani.

O rapaz não tinha muito dinheiro no bolso, mas era talentoso e cheio de charme, logo conquistou Jeanne.


Jeanne Hébuterne e Amedeo Modigliani


O pintor era 13 anos mais velho que ela, boêmio, não tinha um centavo e a família da moça, é óbvio, desaprovou a relação. Nada adiantou. Ela decidiu ficar com Modi.


A saúde do pintor não era boa, tivera tifo e tuberculose quando criança e a bebedeira só prejudicava. Decididos a melhorar de vida e cuidar melhor da saúde, foram para o sul da França, região da Provence. Tiveram uma filha que também foi batizada de Jeanne.


Em 1919, Jeanne anuncia uma nova gravidez. O marido já bem debilitado, a família não queria mais saber da moça e ao fim... ele se vai.

Modigliani morre em janeiro de 1920, aos 34 anos, num hospital de caridade em Paris.

Jeanne estava grávida de quase 9 meses quando ocorrido.

Naquele momento, as obras de Modigliani haviam experimentado do nada à gloria. Toda Paris sabia quem era Modigliani. Mas e Jeanne?

Pintora, esposa, mãe, artista. Jeanne viveu à sombra de seu amante e amor, injustamente, tendo seu trabalho pouco reconhecido. Muitas pessoas que amam arte, que estudam Modi, mal sabem que Jeanne também pintava. Mas porquê?


Jeanne Hébuterne, ou Noix de Coco, como também a chamavam, devido aos cabelos muito pretos e a pele muito branca, morreu aos 21 anos. grávida do segundo filho, num ato desesperado ao se atirar do 5 andar da casa dos pais. Seu irmão André cuidou dela durante toda a noite e ao cochilar, Jeanne voou para o infinito. A essa altura, os quadros de Modigliani já estavam valendo fortunas e seu enterro foi acompanhado por toda a Paris. Enquanto Jeanne foi enterrada num cemitério da periferia, apenas com a presença da família.

A pequena bebê Jeanne foi criada por uma tia paterna e cresceu sem saber o que aconteceu com os pais.

Já adulta, dedicou-se a estudar sobre seus progenitores. Morreu em 1984, aos 65 anos.


Apenas 10 anos depois de sua morte, os restos de Jeanne foram transferidos ao cemitério do Père Lachaise e, edulcorados pela lenda, hoje Modi e Jeanne descansam juntos.


"Companheira devotada até o mais extremo sacrifício"


Com o passar do tempo, André recolheu suas artes e guardou, sendo assim, nada era mostrado ao público.

Ele faleceu aos 98 anos em 1992 e sua viúva tomou posse dos trabalhos de Jeanne, como autorretratos e retratos de Modi. Pouco desse trabalho é encontrado na internet e com o passar dos anos alguns trabalhos foram sendo colocados na internet por outros fãs. Nossa artista Louise de Londres, fã devota de Jeanne, conseguiu traduzir trechos do francês biográficos, além de encontrar algumas outras fotos e até mesmo a rua onde Jeanne morava.


Um século após a morte de Amedeo e Jeanne, a obra de Modigliani é uma das mais valorizadas do mercado de arte. Em novembro de 2015, foi arrematada a obra Nu couché, por US$ 170,4 milhões.

A obra de Jeanne Hébuterne é praticamente desconhecida.

Autorretrato - Jeanne Hébuterne


Sua vida breve e sendo pouco reconhecida numa esfera predominantemente masculina, fizeram nosso olhar virar todo para Jeanne Hébuterne. Poucas são as pintoras e artistas que fazem sucesso em vida e continuam depois da morte, que puderam experimentar um pouco do que é o reconhecimento por sua arte, como Frida Kahlo, por exemplo. Esposa de Diego Rivera, a mexicana foi reconhecida por suas obras ainda em vida, mas quantas Jeannes existiram e não sabemos?

O trabalho de Jeanne é sutil, com traços precisos e movimentados, cores fortes e terrosas, um olhar tão profundo quanto o de seu amado, que conseguiu até mesmo captar uma distonia cervical da pintora em seus retratos.

A coleção Jeanne Hébuterne, da Sugoi Shoes, de sapatos personalizados para casamento, é dedicada totalmente a essa pintora, musa, mãe e artista, delicada como uma pétala, mas com uma história rasgante como um trovão.

Nós te saudamos, Jeanne Hébuterne!


A coleção


Comemorando os 11 anos da marca e o mês internacional da mulher, a Sugoi Shoes lançou a coleção inspirada na vida e obra de Jeanne. São 3 modelos de sapatos pintados à mão para noivas e não noivas, celebrando a breve vida, estilo próprio e arte de Jeanne Hébuterne, em três períodos da vida da artista.


As fotos do lançamento foram tiradas pelo fotógrafo Julio Casanova, no editorial Sonata, que também contou com a collab da curadoria de acessórios autorais Encasquetada e Vies Vintage Atelier assinando os vestidos.







A coleção cápsula traz sapatos atemporais para todas as ocasiões, passando por três características notáveis de Jeanne, como seu apelido Noix de Coco, pelo contraste da pele muito branca, os grandes olhos azuis e os cabelos longos e pretos.

Um modelo romântico que mostra uma jovem artista sonhadora que ainda vai se descobrir para o mundo.








Mule Provence relembra os campos de lavanda do sul da França, onde Jeanne morou com Amedeo por menos de um ano, em busca de uma melhor condição de vida e saúde, enquanto o agente do pintor estava em Paris organizando a primeira grande exposição do mesmo.




Para conhecer mais sobre o casal, existe um filme de 2004, que conta com Andy Garcia e Elsa Zylberstein nos papéis principais, chamado Modigliani, Paixão pela Vida.



A cantora Pat Smith escreveu e dedicou a música Dancing Barefoot a Jeanne Hébuterne e a todas as mulheres, anônimas ou famosas, que dedicaram sua vida ao amor até o fim. A música foi regravada pela banda irlandesa U2.



Conheça a nova coleção e apaixone-se, clicando aqui .

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